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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

JUSSARA



      Jussara é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2004 era de 16.025 habitantes|nome=}} Em meados da década de 80 o município viveu a sua fase áurea, com os vultosos empréstimos fornecidos pelo Banco do Brasil para o cultivo de feijão, algodão e outras culturas resistentes ao seu clima hostil, houve um crescimento econômico e demográfico acentuados. Para fins comparativos, a agência do Banco do Brasil neste período possuia cerca de 30 funcionários, hoje o Posto avançado de atendimento da supracitada agência não passa de 5 funcionários. Com o clima instável e terras férteis o município viveu por períodos de altos e baixos, com a prevalência do último e com isso aumentando a inadimplência por parte dos agricultores, concomitantemente, diminuindo a capacidade de financiamento por parte do banco O comércio local não consegue absorver a grande massa de trabalhadores, sendo assim, o maior empregador é a prefeitura municipal. O grande salto do desenvolvimento está sendo ministrado pela Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Jussara (ACCOJUS), com mais de 10 anos de existência conseguiu feitos nunca dantes vistos na microrregião de Ireçê, entre as suas conquistas destaca-se a implantação da fábrica de laticínios e a construção do abatedouro frigorífico.
No que tange o contexto político, Jussara não foge a regra das pequenas cidades do interior nordestino. Quem não compactua dos mesmos ideais do poder vigente é considerado o inimigo do “rei”, e por isso merecem ser sumariamente perseguidos, com isso vozes opositoras é praticamente inexistente, os poucos que ousam contestar o poder são tachados de loucos. O Poder Executivo dita as ordens ao poder Legislativo, que é composto por 3 vereadores que teoricamente são de oposição, enquanto os outros 6 formam a base governista. Uma única família continua no poder há pelo menos 3 gerações, e sem perspectiva de mudança para esse quadro dantesco. Democracia é uma palavra extinta no vocabulário dos jussarenses.
O período de eleições municipais é o maior descalabro, população e políticos revelam a sua face mais horrenda que pode haver em uma sociedade. O eleitorado jussarense torna-se obcecado pelo dinheiro ou outras moedas de troca como cimento, areia, gasolina, botijão de gás (ainda se utiliza esse tipo combustível em veículos em Jussara), em troca do voto. Todos os 9 vereadores foram eleitos utilizando-se desse recurso metodológico de persuasão, a oratória e a ideologia é coisa obsoleta. No entanto, é um ledo engano cogitar que para ganhar é preciso gastar, há aspirantes à vereança que torraram verdadeiras fortunas em busca da tão sonhada cadeira na câmara, mas nem a suplência alcançaram, o eleitorado sabe ser matreiro em alguns raros momentos. Nos moldes em voga no município, um candidato a cadeira no executivo que almeja a vitória, deve desembolsar no mínimo 1 milhão de reais.
A segurança pública do município é precária. É uma das cidades mais violentas da região, onde o índice de homicídios (muitos desses por motivos torpes) é muito grande para seu tamanho proporcionalmente, sempre é cenário de crimes terriveis e chocantes. A cidade também é destino certo de véículos em situação irregular. Estima-se que 90% de sua frota é composta por carros de origem duvidosa, roubados, com restrições e multas em sua documentação ou na sua maioria de veículos apelidados de Pokemons, "na linha", NPS (Não pagos) ou Finans. São veículos vindos de outras regiões do Brasil, em especial do estado de São Paulo, que são financiados por criminosos que usam "laranjas" para dar o golpe na financeira e posteriormente revendidos a preços bem abaixo da tabela para receptadores. Muitos cidadãos Jussarenses são receptadores destes veículos, inclusive autoridades como vereadores e policiais, que por sua vez fazem "vista grossa" para o problema. Para 10 veículos circulando na cidade, 9 tem placas de fora e um mandado de busca e apreensão expedido em algum lugar bem distante dali.
Na vida religiosa grande parte dos jussarenses se dizem cristãos e a grande maioria composta por católicos. É sempre bom ressaltar, que um dos princípios básicos do cristianismo é amor ao próximo, todavia parece que os fiéis não conhecem esse preceito bíblico ou não fazem questão de segui-lo, pois os templos religiosos são amostras representativas de tudo que há em uma sociedade humana, com a prevelência da inveja, cobiça, traições e a vida despudorada, mas ainda se encontra irrisórios atos de generosidade. A mais pura manifestação religiosa e cultural de Jussara é a festa do Caruru do Didi, onde a riqueza do candomblé consegue aglutinar anualmente as classes oprimidas, fornecendo alegria e diversão a este povo sofrido. Os distintos membros da alta sociedade residem na rua da “mamadeira”, local que abriga o decano colégio Dr. Djalma Bessa. O nome da rua remete as ocupações laboriosas dos seus residentes, pois, independente de quem esteja no comando do município, os maiores “mamadores” da prefeitura sempre moram nesta rua. As maiores obras do município estão neste logradouro, pois nelas se encontram, as mansões de prefeitos antigos e do atual, vereadores, secretários, burocratas municipais e donos de empresas que prestam relevantes serviços ao município. Agiotagem, calotes e dinheiro público, estão entre as fontes de renda deste seleto grupo.
A juventude tresloucada jussarense padece na escuridão da ignorância, endossada, majoritariamente, pelos relapsos poderes legalmente estabelecidos. A inexistência de pontos de convivência decentes obrigam os jovens a frequentarem locais não condizentes com suas necessidades inerentes à idade. Destarte, o consumo indiscriminado de bebidas alcoólicas é o hobby preferido dessa garotada. Entre os principais pontos de diversão da cidade estão o Som de Cristal e o Visão Bar. Sendo o primeiro freqüentado, em sua grande maioria, pela plebe. Nos dias de Domingo as "atrações" para essa juventude são os bares intitulados "Balneário Velho do Rio" e "Roça do Carlito" onde mais uma vez se repetem os excessos no consumo de alcool e outra substâncias ilícitas, resultando assim em um número considerável de acidentes automobilisticos, crimes banais e balburdia generalizada nos arredores da cidade.




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